AVISO

ISTO É UM DIÁRIO.

14 de fevereiro de 2013

Voltei depois de 5 dias fora de casa. Nunca mais tinha contado os dias pra que chegasse um feriadão como contei pra que chegasse esse, porque eu queria muito sair de casa, me desligar do mundo e me enclausurar com o Gilmax. Fui pra casa dele no sábado, e nem foi um enclausuramento, mas ficar tanto tempo perto dele me faz muito bem, mas na hora de ir embora dói um pouco. Essa noite o ronco dele não me incomodou, e não foi o motivo da minha insônia, pelo contrário, o amor que eu sinto por ele só aumenta e naquela hora, sem conseguir dormir e olhando pra ele do meu lado dormindo, eu só conseguia amar muito e me emocionar com isso, e pensar em como a gente sempre reclama tanto da vida, e como a gente dificulta tudo...

Como sempre, eu volto pra casa e só de chegar aqui já sinto o peso do ar, a leveza de antes vai embora e fico irritada. Tem algumas manias do povo daqui de casa que não dá pra se acostumar, pelo contrário, com o tempo só piora e se torna ainda mais insuportável. Me irrita. Ultimamente tenho tido insônia todas as noites, tenho dormido mal, e eu tenho sentido que isso tem me feito mal, acordo mais mal-humorada e com dor de cabeça e sem ânimo, e foi assim que eu acordei hoje a tarde, já que não dormi mais de uma hora de noite, cheguei cedinho da casa dele e fui dormir. Levantei e me irritei com o calor grande que tá fazendo, me irritei com a hora, me irritei com o fato de as pessoas aqui só falarem gritando, me irritei porque minha mãe manchou uma das minhas calças jeans que eu mais uso e gosto de tinta de cabelo, me irritei porque o peixe tava quase cru. Comi mal, e saí mais de 16 horas da tarde no sol pra pegar a topic e ir pra faculdade, pra o último dia de aula. Acontece que não teve aula, mas ficar lá no Nuss valeu a pena.

Fiquei sozinha um tempo por lá, pensando na vida, tentando recomeçar o meu ano, fazer alguma coisa de útil, mas com o coração cheio de rancor e uma cara amarrada que é até normal pra quem me ver pelos corredores das CS. Depois de um tempo chegou a Luana e o Fernando, e aí tudo mudou. Eles trouxeram com eles os problemas deles, as inseguranças, as esperanças, os corações cheios de prosa e poesia, cheios de doçura e melodia, e aí meu coração foi voltando a amolecer, e fui esquecendo a irritação. Eu ficava mais calada do que falando alguma coisa pra eles, só escutando e olhando pra eles, e pensando no quanto eu tava grata pela presença dos dois, pelas poesias que a Luana tava caçando na net dos poetas mais lindos, pela cara de contemplação do Fernando ouvindo a Luana recitar os poemas e quando ele balança a cabeça em concordância com algum pensamento dele, ele me mostrou uma postagem no blog da Thaila, uma postagem dos dois, e aí eu fiquei mais grata ainda por tê-los por perto. Gente, que coisa linda ter poetas como eles perto! É incrível e às vezes inacreditável que existam pessoas assim na vida real, que existam Luanas, Fernandos e Thailas na vida, na minha vida, e que me fazem sentir que a gente não pode se deixar abater! Não podemos naufragar, meus queridos, não podemos! Não afundem! Não afundemos! E tudo o que eu queria na tarde de hoje era abraçar o três ao mesmo tempo e chorar de agradecimento pela vida deles, pela minha vida, pela vida do Gilmax, pela vida da minha mãe, pelo amor que existe no mundo! 

Queria conseguir decifrar e explicar o que eu to sentindo agora, o que eu venho sentindo durante o dia, mas é tão forte, tão sem explicação, eu consigo apenas sentir. E é amor, é gratidão, é sobretudo ESPERANÇA.

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