AVISO

ISTO É UM DIÁRIO.

12 de julho de 2013

Vontades: de desistir, de dormir, de ficar acordada pra sempre, de revidar, de não revidar, de não existir, de existir, de não ser pressionada, de fazer tudo certo, de mandar pra puta que pariu e desligar, de ser eu mesma, de não precisar me justificar. VONTADE DE GRITAR, DE SUMIR, DE FUGIR. Mas, sobretudo, vontade de ficar, de estar mais presente, de ter tempo, de me sentir, de ficar bem comigo, de ser eu mais feliz, de ser. E ainda assim, é tudo hoje diferente do que eu escrevi antes. Sei lá, vontade de não ser esse fracasso que eu sou.

12 de abril de 2013

Estou escrevendo sem saber desde quando não escrevo. E assim posso dizer: há quanto tempo! Faz tanto tempo que não escrevo por escrever, que nem sei mais quando foi a última vez! Quando terminar de escrever ou olhar só por curiosidade rsrs Pois bem, diário... vim aqui não pra desabafar, mas pra conversar mesmo, por companhia enquanto como meu biscoito com meu copo de leite geladinho. Estou tranquila, não fosse um sono que me puxa pra ideia de ir logo tomar banho pra dormir, mas olho pro lado e vejo um texto do Weber que tenho de ler  e fazer um trabalho pra terça. É, as aulas do mestrado começaram, novas atividades estão à todo vapor, muitos planos, muitos projetos, oportunidades surgindo... estou com um pouco de medo, mas ao mesmo tempo feliz, realizada... ficar parada nunca foi o que eu quis, apesar dos meu desânimos, minhas deprês. Quanto à minha vida acadêmica, ela está me tomando muita energia, e todo esse turbilhão de coisas não estavam nos meus planos, pois eu achava que teria tempo de começar a pesquisa pra dissertação, mas o que me dissem os experientes e o que me parece, é que no primeiro ano é assim, a gente mal faz a pesquisa, só mexe aqui e acolá no projeto. Tinha bolado altos planos de leitura, mas foi tudo por água abaixo. Não sei se isso é negativo, porque tenho feito coisas bem interessantes no tempo que eu deveria estar lendo, mas fico preocupada. Tenho tido de ir todos os dias pra faculdade, tenho feito muitas coisas, tenho estado cansada demais, com sono, tido leituras densas, e assim o tempo pra realizar as atividades como leitura pra disciplina, fazer trabalhos, isso fica meio tenso demais. Acho que é normal, é o que dizem, ficar assim com essa sensação de cansaço contínuo. E só duas semanas se passaram! É só o começo. Assim como é só o início de uma outra vida que se iniciará. Os planos do cantinho só meu e dele, nossas coisas, nossa vida, tudo isso se torna a cada dia mais concreto. Começaremos a comprar nossas coisas juntos, e isso me deu um novo ânimo pra minha vida. Poder compartilhar desse ânimo com ele, com meus pais, isso não tem preço! O que me incomoda, além das coisas normais dessa fase de adaptação ao turbilhão do mestrado e da vida acadêmica fervilhando, é o fato de a mãe ainda estar internada. Ela tem feito muita falta aqui em casa, essa ausência dela, das coisas dela, me dão um arrepio de despedida, embora agora eu não tenha mais aquela mentalidade de que é o fim. Descobriram a doença dela, e estão tratando, pelo menos. Mas o que tem vindo junto com essa internação tem sido um problema aqui em casa, porque além disso, ela foi transferida pra um hospital de outra cidade. Sinceramente, sinto muito mais falta dela do que eu pensei que sentiria. Fico pensando no que ela deve ta sentindo, na dificuldade que ela tem de andar, agora, do corpo super frágil, do fato de agora ela precisar de ajuda pra comer e pra tomar banho...eu fico pensando no quanto é angustiante pra alguém se ver num estado desses, olhando pra trás, pelo que já viveu, pelas coisas que já fez, sendo do nada privada das poucas coisas que ainda podia fazer, privada de realizar atividades básicas e íntimas, como tomar banho e comer. Fico com muito medo de quando for a vez da mamãe, de ficar velhinha, entro meio que em pânico de pensar nisso, de pensar nela que, apesar dos problemas de saúde, anda, fala, é lúcida, ainda "jovem", come sozinha, toma banho sozinha, ser independente e tão extremamente sensível como ela é... não vai ser nada fácil, nem pra ela, muito mesmo pra mim, e não deve tá sendo nada simples pra mãe. Sábado faz duas semanas que ela tá internada. Não gosto dessa ausência que mais parece um outro tipo de ausência...

18 de março de 2013

Nunca estou satisfeita. A distância me deixa assim, me deixa mais insegura, muito mais. Estou muito mais insegura do que antes já fui. Eu penso que me superei durante a semana, e no final de semana volta tudo ao começo. Em ciclos, vou acabando comigo e com meu relacionamento. Acabando com ele, acabando com o que a gente sente um pelo outro. Não sei o que ele sente por mim, não consigo aceitar que ele ainda me ama como antes, porque ele já não me trata como antes. Ele me diz coisas que nunca me disse, deixa de fazer coisas que já deixava de fazer no começo, mas que já não era mais pra ter espaço para esse tipo de esquecimento. Ele acha que não posso cobrar nada, que não tenho porque cobrar nada já que fiz coisas mais sérias do que as que reclamo, portanto, ele tem mais motivos do que eu. Eu sempre estrago as coisas, ele sempre tá certo. E assim vamos vivendo, e os dias vão passando. Hoje pela manhã eu voltava da casa dele, do sábado e domingo com ele, e a noite já me trouxe a insegurança, o despeito, a raiva, o pensamento de que eu não deveria nem estar lembrando dele porque ele não está lembrando de mim, não deveria querer a presença dele porque ele já não precisa da minha, ele não precisa de mim. ELE NÃO PRECISA DE MIM, e eu convivo com essa ideia alojada na minha cabeça, 24 horas, inclusive tenho pesadelos nos quais ele me deixa por algum motivo, ele sempre me deixa, eu sempre sofro, eu sempre caiu num abismo e parece que tudo vai me fazer sofrer. Eu sofrerei de um jeito ou de outro. Ele? Eu o faço sofrer com meus sofrimentos, minha insistências, cobranças. Como sempre fico pensando no quanto eu preciso deixá-lo ir. Ele não precisa de mim. 

11 de março de 2013

Dormi pouco e já estou de pé. Acordei cedo porque me acordaram com uma notícia que me incomodou muito, alguma coisa sobre eu procurar um mastologista porque o meu pai mandou que eu o fizesse, porque ele de repente decidiu que vai me "ajudar" a finalmente fazer minha cirurgia de redução de mama. Só que temos alguns agravantes, e eis o motivo de eu não ter conseguido continuar dormindo:
1) meus seios sempre foram grandes, portanto, ele poderia ter tomado a iniciativa antes;
2) farei 24 anos daqui a menos de 2 meses, e isso implica que um dia antes do meu aniversário, perderei o "benefício" do plano de saúde;
3) o tempo de recuperação de uma cirurgia dessas é de no mínimo de 3 meses. A namorada de uma amiga também precisa fazer mas também está adiando há um tempo pelo mesmo motivo que eu, e isso está no próximo item;
4) em abril recomeçam minhas aulas, e aí não poderei perder um semestre inteiro em recuperação. Já me informei sobre trancamento de matrícula e não rola!
5) por que logo agora, que tem todo esse problema de tempo, ele veio inventar isso?

Ok, vamos imaginar que ele se preocupa realmente comigo, e creio que não é tão isso, mas acredito que ele não entende que eu tenho o que fazer.
Passei esse tempo todo para aceitar a ideia de fazer a cirurgia, tudo bem, mas é preciso um pouco de bom senso da parte dos outros para comigo, e isso de vez em quando não acontece.

Outra coisa que não me deixou dormir foi o assunto de ontem. Acordei muito mais arrependida do que ontem, mas é preciso continuar, não sei como.

Corrige essa dor pra mim, doutor?

Dor de coração, dessas lá de dentro, não tem conserto não. A gente pensa que acerta, sabe que erra, tenta de novo, mas volta e meia as coisas que pareciam ordenadas saem do lugar. Eu sei o quanto pra mim as coisas estão fora do lugar, eu me sinto fora do lugar, por dentro e por fora. Sexta-feira foi um dia feliz, um desses raros, embora muitos não tenham podido estar comigo, mas foi feliz, porque eu sabia que a emoção não era só minha, eu não estava só, porque um ciclo realmente estava se fechando e dando entrada para um novo. Durante a colação de grau, ora chorava, ora sorria, nunca os dois ao mesmo tempo, porque ora parecia uma coisa penosa, uma coisa decisiva na minha vida, ora uma vitória, uma emoção tão grande que mal meu coração podia abarcar. E eu fui feliz depois, vendo tanta gente que eu não imaginei conseguir juntar, mamãe e meu pai sem brigar, Gilmax, Serjão, Andressa, os meninos depois, Anderson, Wallace, Sinara, a Elidiane como minha madrinha, depois a Lyanne esperando por nós pra comemorar, a Iohana aparecendo depois e falando tanta coisa linda pra mim... mesmo que eu tenha saído do meu controle por causa da alegria, bebida na cabeça, uma mulher tão bêbada quanto eu falando coisas que eu achei que fossem pesadas demais pra o meu ego, mesmo assim, mesmo eu tendo "me passado" demais e tenha no dia seguinte acordado com uma baita de uma ressaca moral, ainda assim foi bom, muito bom.

A noite de domingo recomeçou a tristeza por um deslize meu. Ou falta de compreensão e egoísmo dele. Cada um acha que está certo, mas quem está certo? Acho que nenhum dos dois...acontece que hoje, domingo, o dia foi pesado, triste, melancólico, eu me senti muito mal, tentei enganar o relógio, quase implorei pra ele me enganar tbm, e assim o dia foi se arrastando quando eu deveria estar do lado dele, enquanto ele estava há quilômetros de mim, não sei onde, com raiva, sem querer me ouvir ou me ver, e a dor de saber disso, e mesmo assim eu negando que sabia, essa dor consumiu cada minuto que passou até a hora em que ele me ligou e tudo desmoronou. Muitas palavras mal-ditas, desentendimento, os dois achando que tem razão, pra mim não acreditava no exagero daquela situação, me sentindo incompreendida e ao mesmo tempo...ao mesmo tempo um lixo. Eu me sinto doente quando as coisas ficam mal assim, quando acho que o que ele mais queria era nunca ter me conhecido, ou algo do tipo. No final, falei que era melhor a gente não se ver mais por alguns dias... mas quanto tempo? Quanto é o tempo dele? Estamos perdendo tanto tempo com essas coisas e isso entristece e estraga muito um amor. Ele é tão precioso pra mim, tão meu, tá tão marcado dentro do meu coração, da minha mente, no meu corpo, nos meus olhos, na minha pele, que eu não consigo pensar como vai ser os próximos dias sem ele, sem o cheiro dele, sem o abraço, sem o sorriso, sem o colo quentinho... meu Deus, o que a gente ta fazendo da gente? O que eu to fazendo de mim e do nosso relacionamento? Como vai ficar? Como vamos aguentar? Quanto vamos aguentar? Não sei de nada, só que muita coisa foi dita, cabeça quente, mesmo depois das vozes mais macias, menos acusatórias mas nem por isso doloridas e causando feridas, a gente se machucou muito de novo. A saída pra mim foi isso, fiquemos longe por um tempo, e seja feliz. Eu não posso ser feliz sem a presença dele, não sou completa sem vê-lo. Meu sorriso não é o mesmo, o sol não brilha com a mesma intensidade, o dia passa mais devagar, as lágrimas sempre vêem me assaltando no meio do dia, do nada, porque meu coração sabe que ele está distante, e que ficará por tempo indeterminado. O que que eu faço? Não sei o que fazer, o que falar, como me sentir... eu queria muito que desse certo, tudo, mas não sei o que vai ser da gente. É tanto amor pra tão pouca compreensão...

4 de março de 2013


Tremendo de raiva. De nervosa, de cansada, de esperança, de rancor, de tudo. Eu to cheia de tudo, e tudo me enche tanto que eu tremo. Odeio sentir isso, me sentir como uma pessoa fraca, me sentir impotente, porque não ficar calada não adianta, é pior, mas ficar calada é legitimar tudo isso, é amontoar tudo isso dentro de mim, é fingir que nada acontece, que não é comigo, que não me atinge, mas me atinge tanto que cá estou. Não sei a quem recorrer, não sei quem está certa, se há alguém certo nessa história toda, mas toda história desse tipo é assim. São coisas que acontecem, as pessoas são difíceis, a gente sempre pune por quem a gente sente mais o sangue pulsar forte. Minhas veias latejam e por isso não fiquei calada, não pude, não posso... mas também é questão de sobrevivência calar. Chorar nunca é a solução, talvez solução não haja. Mas eu penso que pra tudo há solução, que tudo passa, tudo volta ao antigo, de um jeito ou de outro, um dia as coisas se ajeitam, mas a gente sempre sabe que vão se desorganizar de novo. É tudo questão de tempo. Incomoda, mas incomoda tanto que dói, e dói bastante no minuto que eu sinto, nos minutos, porque só vai passar um pouco depois que eu dormir. Amanhã é outro dia, mas outro dia tendo de conviver com ela. Conviver com tudo isso. Um dia vou sair daqui, eu preciso sair daqui!!! Precisamos ir embora! Hoje eu simplesmente não aguento.

21 de fevereiro de 2013

"Eu te amo, Richard Parker!"

Acabei de assistir ao filme "As aventuras de Pi" e ainda não consegui sair do estado de hipnose que o filme me fez sentir. Faz tempo que eu não choro tanto por causa de um filme, e chorei do começo ao fim, praticamente durante as 2 horas e 6 minutos do filme. Ele conta a história de um menino indiano que nunca se decidiu por seguir uma religião específica, que sofreu muito preconceito na infância por causa do nomes estranho que seu pai lhe deu, "Piscina Parli", e que lutou do jeito dele ainda menininho para que os outros o reconhecessem por "Pi". Lutou quando já era adolescente contra a tristeza de ir embora do seu país deixando uma vida toda pra trás, e nela seu primeiro grande amor. No caminho pro Canadá o navio que os levava naufragou: nele estavam sua família, uma tripulação inteira de pessoas e animais, pois seu pai era dono de um zoológico e eles tentariam uma vida nova com o zoológico no Canadá. Não deu certo, e Pi perdeu todo mundo, exceto Richard Parker, um tigre de bengala, que o acompanha na angustiante tentativa de sobreviver a bordo de uma pequena embarcação salva-vidas. Os dois à sua maneira aprendem à conviver no extremo do que eles podiam, do que lhes era possível. Quando finalmente os dois encontram terra firme, já exaustos dos mais de 200 dias no mar, Richard Parker abandona Pi sem ao menos olhar para trás. Essa foi a pior dor que Pi sentiu depois de toda a tragédia com sua família, de ter tentado mudar de país, de vida. Ele mudou realmente de vida e agora estava sozinho, e nem pode dar adeus aos seus pais, ao seu grande amor, e principalmente a Richard Parker, o tigre de bengala, que ele jura que possuía alma, ele a viu através dos olhos do tigre. Animais têm alma. "Eu te amo, Richard Parker" era tudo o que ele queria ter dito. 

Esse filme me afetou muito, ele faz (re)pensar muitas coisas. Me afetou muito mesmo...

Uma das mais bonitas cenas do filme. Ótima fotografia.