Do verbo ao desatino

Vontade de respirar ar puro, purificado de todo mal, de tudo o que for negativo, de tudo mesmo. Estou agoniada com tudo, com nada, e comigo mesma. Pode uma coisa assim? Acho que pode, e é desse jeito que estou. Quero sair correndo, fugir mesmo sabendo que nada disso adianta, nada...e não conseguirei dar conta do mundo ao meu redor, de nada. Tenho muito medo de tudo, e ao mesmo tempo, me sinto mais forte.

Não gosto de me ver quebrando com meus hábitos básicos, como almoçar todos os dias. Tô emagrecendo, mas não era isso que eu queria, não assim. Embora eu esteja fazendo isso por falta de fome, ou de paciência, e porque às vezes tô tão cansada que chego em casa na hora do almoço, vou dormir e acordo tarde, já tarde demais pra almoçar. Não quero que seja tarde demais pra nada...

Mas muita gente vive de mesquinharias...não me excluo dessa lista, mas tenho percebido que não sou a única a sofrer por nada, a ver sujeira onde acabou de ser varrido, lavado e enxuto. Paciência quando o outro é até meio parecido com você, e você até entende, mas acha estranho, por ser outro. E ao mesmo tempo, é você se olhando de soslaio, na frente do espelho. Estranho...estranho demais quando a gente se enxerga de fora, em alguém, entende o que eu quero dizer? Pois é. Só digo isso: muito estranho.

Há pessoas que eu gosto muito, só de olhar, de ver passar, ou de conviver, mas não aprofundar. Mesmo assim, eu gosto muito, mas inclusive isso é estranho. Não sei dizer. Fico preocupada com essas convivências rasas, dessa falta de profundidade na minha vida...eu sei que o que importa são os sentimentos verdadeiros, mas às vezes tenho medo de dar demais de mim, ou de não dar nada. Preciso dar mais? Ou receber mais? Não sei. Só reflito sobre isso.

Agora são 3:14 da manhã, e estou cansada. Consegui escrever e organizar mais um pouco da monografia. Meu sonho e pesadelo dos últimos 13 meses...vou tomar banho, forrar o estômago e dormir, porque amanhã, ou daqui a pouco, é dia de lavar roupa, de fazer faxina e arrumar minha estante, que procrastino há mais de dois meses. E estudar, ler dois textos que planejei ler, e namorar, a noite, porque preciso. Precisamos, os dois, dos dois.


Mal lembro direito como foi o resto do dia. A noite, saímos eu, Gilmax e Lyanne. Não voltamos no sábado.