AVISO

ISTO É UM DIÁRIO.

17 de maio de 2012

Não sei dizer...

Há dias tento voltar, mas só agora tive paciência. Ainda tô sem meu pc, e não gosto muito de ficar entrando na net, escrevendo, no facebook olhando pra tela do notebook, sei lá, eu me sinto tão limitada nessa tela pequena  e nesse teclado estranho que eu nunca me habituo. Hoje foi um dia confuso pra mim, sei lá, tô cheia de "sei lá's" na minha vida ultimamente. Hoje pela manhã me indignei com uma manifestação de homofobia no departamento de Ciências Sociais, postei no facebook e tive mais de 30 curtidas, gerou discussões e um debate até interessante. Mas isso não adianta, diante de toda violência e dor que existe no mundo, e tão perto da gente, tão perto de mim. Tô triste porque eu não consigo mais me sentir eu perto das pessoas que eu gosto, porque eu desconfio de tudo, agora mais ainda. Desconfio de calmarias, de palavras, de afetos, de amores, de planos, de vidas... eu sou toda desconfiança e isso não é bom pra mim. Há alguém que seja tão desconfiada do que eu sou? O Gilmax me perguntou hoje a noite se eu tenho fé nele, e eu disse que não. Não tenho fé nem em mim, não sei se eu acredito e gosto de mim mesma, porque eu tenho me desgostado e gostado tanto de mim ultimamente. Não sei explicar, mas quanto mais a vida se complexifica, mais confusa e desconfiada eu fico. Pelo menos não me sinto mais tão ingênua como antes, e acho que isso é um ponto positivo pra mim. Mas quem conta esses pontos? E pra quê? Tô tão cansada de me explicar. Eu queria descer desse trem bala que é a vida, que tem sido a vida, minha vida, vida de todos, essa agilidade, velocidade de tudo, de momentos, de emoção, de humor, essa oscilação alucinante de amizade e xingamento, convivências difíceis...toda vez que o Gilmax falava o quanto é difícil e as coisas ficam ainda mais difíceis com a convivência, se referindo aos problemas de casa, da dele, e eu da minha, que é complicado e meio, eu achava meio evasivo, mas agora eu sei que não é, que não existe cliclê nenhum, porque apesar de tudo, o mundo dói em todos. E não precisa ser família, amigos tbm... conviver demais, se identificar demais pode ser um problema... uma das coisas que mais me deixam triste e dão desespero, é quando eu sou mal interpretada. Acho que eu já escrevi sobre isso milhões de vezes, ou pensei que escrevi, mas é um dos meus desesperos íntimos, e além do mais, às vezes eu me interpreto tão mal que é mais sofrível do que de fora. Ontem eu passei a tarde com dor no peito porque eu vi, no caminho pra o Cuca Che Guevara, um cachorro de rua todo sem pelo, magrinho... lembrar da figura daquele cachorro me dá uma raiva, desespero, suga as energias e otimismo que existe em mim. E os desentendimentos diários, o peso dos dias passando, as tarefas intermadas, os planos que não se realizam, a ansiedade das coisas novas... tudo me deixa mal, mal mesmo, que eu sinto um vazio... uma vontade de gritar, de arrancar isso de mim. Eu não quero me entregar pra essa apatia, essa depressão diária, eu juro, mas é difícil conter a tempestade. Ontem antes de pegar no sono, de madrugada, eu pensei na trajetória que tracei desde quando eu consigo lembrar, de criança ainda, até agora, as escolhas, as coisas que eu sempre achei que foram coincidências... mas nada acontece por acaso, é outra coisa que eu tbm sinto muito forte dentro de mim, e reconheço que era pra ser assim, sim. Mas não percebi ainda qual era o plano, se quando as coisas acontecessem, eu ficaria bem, eu conseguiria seguir em frente com coragem... será que eu tenho coragem? Será? 

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