AVISO

ISTO É UM DIÁRIO.

10 de agosto de 2012

Ontem, no programa do Jô, teve uma entrevista com uma senhora, esqueci o nome da escritora, mas ela falava muito da Academia Brasileira de Letras, e do seu livro, que o Jô segurava, "O livro das Horas" (tô com preguiça de procurar no Google quem é a autora). Mas ela falava de um jeito tão profundo, com uma sabedoria tão grande, uma sensibilidade tão sem tamanho, sem limites, do tipo de fala que embala, e eu não consegui mudar de canal. Fiquei ouvindo aquela mulher sábia falando, e ela começou a falar de morte, da presença da morte, e justo no dia em que a cunhada da minha prima morreu, uma jovem de 22 anos, morreu às 18 horas, morte cerebral, deixando um bebê de 3 meses de vida. Então, a senhora falou de suicídio, e que fica profundamente triste quando escuta história de jovens que se matam, dizendo que para ela é mais compreensível que pessoas mais vividas, mais velhas, tirem sua vida por desespero, por desesperança, mas jovens não, eles são o símbolo da liberdade, da vida, do começo, são jovens! E me senti ridícula, nesse momento, por já ter pensado em me matar, por já ter sentido, e sentido tanto, a desesperança de quem já teve a vida toda pra tentar ser feliz, e não foi capaz. Que ridículo somos às vezes, meu Deus! Que ridículos! E como eu sou ridícula em me queixar tanto das coisas, enquanto ontem um bebê de apenas 3 meses perdeu a mãezinha, e tem hoje, provavelmente, um pai e uma tia, uma avó e um avô completamente sem rumo, desesperados pela perda irreparável, que nunca sara...uma filha, um amor, uma irmã querida e única...minha mãe perdeu a mãe aos 17 anos, e hoje tenho 23 e agradeço sim, menos do que deveria, por ainda ter minha mãe, com todas as reclamações, as brigas, os mil defeitos, com os nervos em frangalhos, doente, mas viva, sorrindo menos do que antes, do que eu lembro que ela sorria, mesmo com as lágrimas diárias, mas viva! Ela é alguém com uma profunda desesperança no coração, mas está viva, e tudo o que eu queria era que ela um dia pudesse apenas sorrir, e não mais chorar. Será que isso é possível? Espero que sim. E também espero ser feliz por nós duas, um dia, ter a felicidade que ela nunca teve... fiquei pensando...

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