Não sei se eu deveria saber dos diários dos outros colegas, mas eles têm me influenciado muito, aliás, afetado é a palavra mais acertada, porque percebendo os deles, percebo que o meu não é como deveria ser. Mas ai me pergunto de quem é o diário! Ora, continuo me perguntando ainda mais, o que é afinal um diário, e se essa confusão toda que tenho sentido ao escrever, durante esses dias, seja como o professor Cristian comentou, sobre o fato de você escrever um diário público. Não lembro bem o que ele falou, mas o fato é que escrevemos e não podemos apagar, não podemos fingir que não é com a gente, e que somos autores disso, dessas subjetividades que se delineiam e querem se expressar. Não há necessidade de sentido, de linearidade e homogeneidade. E nessa afirmação, proveniente de reflexões acerca de um texto que estávamos estudando, me senti muito melhor. Não consigo escrever seguindo um roteiro, porque eu sempre fujo de roteiros. Antigamente, eu me acostumava fácil com as coisas, e era tudo muito simples. Hoje em dia, é uma dor diária ter de conviver com rotinas, com roteiros, por isso que dentro de mim, e às vezes deixo isso escapar, dentro de mim há lutas constantes, contra mim mesma, contra as pessoas ao meu redor, contra o que eu não conheço, contra minhas limitações... Eu já sei que para mim é muito difícil sustentar amizades, porque sou muito distante, muito relapsa, mas quando eu gosto, eu gosto muito, eu me preocupo, mesmo silenciosamente, e como a Luana disse no diário dela, acho que é isso, e eu nem tinha percebido, mas eu falo muito com os olhos. Calo muita coisa, e por isso explodo muito fácil. Isso não é bom.
Resolvi não me preocupar em relatar minhas inquietações do dia apenas no fim do dia, e também os acontecimentos do dia, esses também não precisam ser contados apenas no fim do dia, porque eu sei que nunca conseguirei contar tudo o que eu acho que deveria contar. A gente fica manipulando o que deve ser contado, e não quero deixar de falar por cansaço...
Hoje foi um dia razoável, embora tenha tido uma manhã muito agradável. A aula de Estatística não foi ruim, pois eu estava acordada, diferente de segunda-feira. A Lyanne foi para a aula, e depois fomos para o Nuss. A Lyanne não sabe, mas eu me sinto muito bem ao lado dela, não sei explicar, mas a calma dela me deixa calma e serena. A tarde foram chegando as outras meninas, a Ismênia, a Alessandra, a Marília, até a Dória deu uma passada no Nuss pela manhã. Fomos para a aula, e depois fomos conversar um pouco, Lyanne, Alessandra, Luana, Raquel e eu. E depois Luana e eu fomos conversar com o Cristian, e depois eu, Lyanne e Alessandra fomos à biblioteca. Depois voltei para casa, e cá estou.
Mas o que acontece é que estou me sentindo já muito cansada, e o semestre mal começou. Isso também não é bom. Espero que seja só falta de costume, ou um período de transição, e que eu consiga me acostumar logo. Enquanto isso, sinto, pelo menos nesses últimos dias, e pensando nos dias que virão, um grande e inebriante cansaço.
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